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A esperança vai vencer o medo.Para ganhar e governar Porto Alegre.

Há praticamente 30 dias da data das prévias, o Partido dos Trabalhadores de Porto Alegre vive um período de efervescência militante: debates, jantares, manifestos, emails, telefonemas, reuniões, buscam apresentar aos filiados(as) as pré-candidaturas de Miguel Rossetto e Maria do Rosário.

Neste cenário, predomina o bom debate político, a democracia interna, facilitados pelo alto nível das duas candidaturas. Isto não impede, no entanto, algumas situações onde as paixões se sobressaiam à razão, trazendo ao processo argumentos fora do tom ou até mesmo apelativos. Não é razoável, por exemplo, imaginar que militantes do PT possam ter "medo de Maria do Rosário", ou até de Miguel Rossetto. Medo tinha a Regina Duarte do Lula. E naquela época a militância do PT fez a esperança vencer o medo.

Tampouco é verdadeiro que as duas candidaturas são iguais e que a única diferença é o fato de Maria do Rosário estar à frente nas pesquisas eleitorais. Aliás, chega a ser ingênuo agarrar-se ao desempenho em "pesquisas eleitorais promovidas pela grande mídia", quando tantas vezes nosso Partido bradou publicamente contra este instrumento usado intencionalmente para prejudicar nossas candidaturas. E fundamental mesmo não é sair na frente. É, entretanto, chegar em primeiro com a maior vantagem possível.

Para esse resultado positivo importa, sim, a política de alianças que será desenvolvida, o programa de governo que será apresentado à sociedade e a capacidade de dialogar com os diferentes setores da população da cidade. São questões como estas que levam uma expressiva parte do PT – e não algumas forças – a apoiar a candidatura de Miguel Rossetto. Porque, antes de tudo, não basta ganhar Porto Alegre. Torna-se necessário garantir a vitória não de um nome, não de uma sigla, mas de um projeto político de esquerda, comprometido com a transformação social, com a participação popular e com a superação de todas as formas de desigualdade.

Nesse contexto, a trajetória política do companheiro Rossetto é uma contínua reafirmação destes princípios e das mais caras bandeiras petistas. Sendo assim, nesse quadro, não há resistência a candidatura de Maria do Rosário e sim uma preferência racional e consciente pela candidatura de Miguel Rossetto, que além de vínculos sólidos com Porto Alegre, contabilizou expressivas votações nas vezes em que concorreu a cargos eletivos. Rossetto, em Porto Alegre, conquistou ainda uma votação maior a cada eleição que participou!

Sem dúvida, o PT não é imune a cultura machista. O processo de superação das desigualdades de gênero dentro do PT tem sido mais lento do que muitos e muitas de nós gostaríamos, mas ele não está parado: tivemos duas companheiras na presidência da Câmara Municipal, duas companheiras na presidência interina do PT Estadual, temos uma Secretária-Geral no PT/RS, o campo que apoia do Miguel Rossetto elegeu mulheres presidentas em 3 importantes zonais de Porto Alegre no último PED e uma mulher disputando as prévias no PT de Porto Alegre. Ou nossa memória é tão curta que já esquecemos que todas as demais prévias foram disputadas por dois homens?

Portanto, respondendo a pergunta que não quer calar: ser mulher não é um problema no PT, mas tampouco é uma vantagem, é uma condição de desigualdade, reflexo cultural e social, que não se resolverá num passe de mágica, com um voto na urna no dia 16 de março. Mas em uma coisa concordamos: o PT necessita de uma candidatura capaz de unificar o conjunto do partido e de vencer a poderosa aliança conservadora em torno de Fogaça. Será histórico eleger o PT novamente para a Prefeitura de Porto Alegre, com o companheiro Miguel Rossetto. Sem medo de ser feliz!

Claudia Prates (Secretária de Mulheres do PT/POA)

Erick da Silva (Secretario da Juventude do PT/POA)