segunda-feira

Che: rebeldia e liberdade

São poucos os personagem que conseguem transpor a barreira de sua época e permanecer presentes no imaginário coletivo das pessoas. Ernesto Che Guevara é um desses poucos casos. O que causa um grande mal estar para alguns e serve como um estímulo para muitos outros.
No último dia 8 de outubro, se completou 40 anos de seu assassinato, aos 39 anos, no interior da Bolívia. Fazendo com que o tema do que foi e simboliza a figura do Che seja alvo de importantes e ricos debates. O que só ocorre por que, apesar de toda a campanha que o pensamento único fez e faz de que as pessoas devem buscar apenas soluções individualistas para as suas vidas, a simples imagem do líder revolucionário representa uma ruptura com essa visão.

A sua vida foi uma prova de que a luta pela igualdade e eliminação das injustiças, não só é possível como urgente. E cobra muito mais do que simples “boas intenções”, exige que se tenha ações concretas para se modificar o quadro existente. Representando uma idéia de que a história não é algo já pré-definido, onde nada pode ser feito para modifica-lá, muito pelo contrário, Che nos mostra que a história é sim feita pelos homens e que portanto pode ser alterada.
Além disso, a imagem do Che representa hoje um ideal de liberdade que transcende as suas próprias ações. Em qualquer parte do mundo, a figura de Che é reconhecida e admirada e se apresenta como uma contraposição ao pensamento dominante. Por isso que mesmo após a sua morte, a direita e o pensamento conservador não se cansou em tentar difamar a sua história. Não logrando êxito, pois a verdade não pode ser abafada por muito tempo e ela fala mais alto que qualquer manipulação que possa por ventura tentar engendrar.
Se pudéssemos resumir o que representa simbolicamente Che Guevara, diria que é um símbolo inequívoco de rebeldia e de liberdade. E parafraseando Che, enquanto houver alguma forma de injustiça ocorrendo ao redor do mundo, a memória, as palavras e o exemplo de Ernesto Che Guevara permanecerão cada vez mais vivos.

sábado

Núcleos na JPT: uma opção militante e de base

O I Congresso da Juventude do PT já se pode considerar vitorioso no que diz respeito à mobilização e envolvimento de sua base militante. Não é pouca coisa o fato de centenas de cidades em todo o país terem realizado congressos pautando o tema da construção partidária na juventude e movimentando milhares de filiado/as.
Contudo, para constituir um processo que potencialize um maior e melhor enraizamento da JPT nos municípios é preciso ir para além deste congresso. Devemos garantir a continuidade do trabalho, de forma que este tema não vire apenas algo episódico em períodos de eleição de direções estaduais e nacional de juventude.
Um processo de construção orgânica e militante da JPT exige também a constituição de espaços cotidianos de militância e participação. Para que tenhamos uma juventude que não se resuma apenas aos seus espaços de direção, entendemos como vital estabelecer uma política de criação de núcleos de base da JPT.
Na sua fundação, a figura dos núcleos foi extremamente importante para que o PT consolidasse sua inserção nos mais diferentes setores, estreitando laços com os movimentos sociais, setores comunitários, categorias profissionais, etc. Isso porque neles se estabelecia um espaço onde qualquer filiado ou filiada poderia exercer sua militância de forma participativa e direta.
Na juventude devemos tomar este exemplo como uma possibilidade real de darmos o caráter militante que queremos para a nova organização da juventude. Os núcleos devem ser entendidos como elemento central, onde fugiremos da nossa atual lógica de funcionamento, muitas vezes engessada e descolada da vida real, permitindo uma construção coletiva que não se resumirá apenas a reuniões de direção.
É pela constituição de núcleos que daremos energia e vitalidade para a JPT realizar grandes campanhas públicas, com forte enraizamento social, de modo a incidir na conjuntura pela esquerda e fortalecer os laços sociais do partido no conjunto do/as jovens.
É também através dos núcleos teremos um espaço privilegiado de aproximação de jovens ainda não filiado/as ao PT, o que possibilita um trabalho com saldo político muito superior. Por meio dos núcleos cria-se um ambiente de real articulação pela base na definição de nossa tática. Como exemplo, para uma eleição de DCE ou Grêmio Estudantil, teríamos um processo de construção anterior que viabilizaria uma intervenção muito mais sólida e unificada no partido, por ser esta posição fruto de um debate efetivado cotidianamente pelos militantes daquele local.
Para se tornar uma realidade, deve haver um necessário empoderamento dos núcleos. A retirada e diminuição do seu poder decisório, na reforma estatutária de 2001, foi motivo central do seu gradativo esvaziamento político. Portanto, não é possível se pensar um processo de nucleação efetivo que não garanta uma efetiva capacidade de incidência destes sobre os rumos da JPT.
Neste sentido defendemos a criação de uma Plenária Nacional dos Núcleos, como a segunda instância de decisão da JPT, estando abaixo apenas do Congresso e ocorrendo em anos alternados a este. Deste modo, garantiremos um processo de permanente mobilização e debate da JPT.
Por tudo isso, defendemos que no I Congresso da Juventude do PT seja aprovada uma política nacional de construção e priorização política de núcleos da JPT. Somente com espaços de militância cotidiana e nos mais diferentes espaços é que avançaremos a um patamar militante superior e pela base na JPT, radicalizando a nossa democracia interna.



Erick da Silva é Secretário da JPT de Porto Alegre