sexta-feira

No G-8, segue a grande farsa

Chega ao seu final o grande teatro das grandes potências econômicas e militares do mundo, autodenominada de G-8, que se reuniu no balneário de Heiligendamm, na Alemanha nesta semana. Desta vez, como foi nas outras vezes, a grande mídia tratou de dar uma cobertura amplamente favorável as "boas intenções" que sairiam desta cúpula.
Milhares de manifestantes dos mais diferentes lugares foram dar o seu recado de protesto contra os descaminhos que seguem sendo tomados, mas que no entanto, os comandantes do G-8 fazem questão de não escutar. O quê também não chega a ser uma novidade, em todas as últimas reuniões do G-8, os protestos (sejam eles pacíficos ou não) são uma tônica constante. Demonstrando que há uma tensão real entre as decisões e ações que este "seleto grupo" tem tomado de forma autoritária e contrária aos interesses da grande maioria dos povos. E o caráter autoritário desta cúpula se acentua ainda mais quando se trata de questões relacionadas a temas que não atingem apenas as oito nações diretamente envolvidas, mas sim ao planeta como um todo.
Um exemplo disso é as declarações do premiê britânico Tony Blair antes de iniciar a reunião, dizendo acreditar que os representantes chegariam a um acordo a respeito da emissão de gases do efeito estufa. "A chave para isto é a aceitação de que o clima está mudando de maneira perigosa, como resultado da atividade humana", afirmou. Mas no entanto, não passou disso, nada foi decido de concreto e nada será feito pelo "clube dos países ricos". O que já era esperado, pois as reuniões do G-8 servem apenas para aparar arestas entre as intenções imperialistas e de como garantir uma estabilidade maior nas intenções conflitantes destes. Sempre tem sido assim, pois está é a lógica, apesar de externamente declararem o contrário.
Teve um fato que ocorreu na sexta-feira no encerramento do encontro, de forma quase patética, simboliza bem o grande circo demagógico desta cúpula. O presidente americano, George W. Bush, alegou ter passado mal e cancelou sua participação na reunião do G8 que discutiria ajuda para os países africanos. Talvez este mal estar seja a consciência de Bush (sim, talvez ele tenha uma) pesando pela hipocrisia desta reunião que discutiria algumas esmolas para os países que foram vitimas por séculos de políticas imperialistas que ainda deixam suas marcas profundas sobre o povo africano. Ou então, o que é mais provável, Bush resolveu ter um arroubo de sinceridade e não fazer de conta que fará algo para reverter a situação dramática da África.
Mas sim, estará indo para a Polônia no mesmo dia para discutir a proposta americana de estabelecer um sistema de defesa antimísseis no país. Ou seja, entre discutir alguma "ajuda" para a África e construir mísseis contra o dito "eixo do mal", prevalece a última. E assim, se escancara a grande farsa do G-8.

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