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Um país sem analfabetos

Há poucas semanas atrás, um país vizinho ao nosso, a Venezuela, anunciou que foi declarada pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) território livre de analfabetismo. Um feito de grandes proporções que merece uma atenção maior de todos nós.

A Venezuela era um país que, assim como o Brasil e os demais países da América do Sul, enfrentava um quadro extremamente perverso em relação a educação. Antes de Hugo Chavez e a “Revolução Bolivariana”, o governo venezuelano havia alfabetizado, em uma década, pouco mais de 70 mil pessoas. Em um ano e meio do atual governo, foram mais de 1,4 milhão de pessoas através da “Missão Robinson”. Este programa que erradicou o analfabetismo, teve seu inicio em meados de 2003. E não se restringiu apenas a população urbana, mas a todo o conjunto da população, como por exemplo, mais de 70 mil indígenas receberam educação bilingüe.

Isso não ocorre por acaso. Há uma prioridade política do governo venezuelano de inverter prioridades e trilhar um caminho de desenvolvimento economico-social autônomo, fugindo das amarras do neoliberalismo. Prova disso é o investimento em educação, que antes de Chavez era de 2,7% do PIB, passou para 7%. E isto, apenas um país autônomo e livre pode orientar o seu orçamento para o social. Parte-se do pressuposto que isto não é um gasto, mas sim um investimento. A conquista venezuelana representa para todo o conjunto da América Latina a possibilidade real de se mudar e avançar nas conquistas sociais.

Este é um exemplo que para a realidade brasileira deveria ser buscado. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 13,3% dos brasileiros com idade superior a 15 anos são analfabetos. A pesquisa especifica ainda que, 37,5% dos jovens e adultos brasileiros conseguem ler apenas títulos ou frases curtas, tendo um analfabetismo funcional. Números que por si já demonstram a urgência de encarar-se de frente este problema. O exemplo venezuelano mostra que isto só é possível com vontade política. O que falta em alguns governos.

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